Quem nunca sonhou ter uma grande moradia, um emprego de sonho, ou até mesmo ser astronauta? É destes “pequenos” desejos que vive o sucesso de “Os Sims”. Ser Deus num mundo virtual implica tomar decisões, e nunca ser julgado por elas. Experimentar o impossível e sonhar mais alto, conquistar os objectivos que na nossa realidade parecem ser cada vez mais algo impossível. Factor suficientemente forte para que a série agrade tanto a jogadores casuais como aos mais “hardcore”.
Em “Os Sims 3”, a Maxis, produtora da obra, decidiu quebrar as barreiras dentro do género, e repetir o sucesso de 2000 e 2004 com “Os Sims” e “Os Sims 2”, respectivamente, dando aos jogadores mais opções de personalização e liberdade.
A grande novidade deste novo capítulo é que já não existem limitações quanto ao espaço que o jogador pode explorar. Adoptando um estilo “open world”, é possível explorar todos os cantos do cenário sem que para isso seja preciso efectuar tempos de carregamento como anteriormente (agradeçam à evolução que os computadores sofreram ao longo dos últimos anos).
Ao fazermos zoom num determinado local podemos observar os comportamentos dos Sims que aí habitam, e não é necessário o jogador intervir para que aconteçam situações complexas, pois ao contrário de “Os Sims 2”, onde a evolução dos bairros é vista como artificial, em ”Os Sims 3” tudo acontece de forma mais orgânica. As gerações vão-se alterando, assim como os ideais de cada um, e uma pequena acção basta para criarmos o tão badalado efeito borboleta. Imaginem que decidem visitar o parque da cidade com um dos Sims adolescentes criados. Enquanto este passeia junto ao lago vê um músico de rua a tocar guitarra. Dependendo da personalidade da personagem, esta vai gostar ou não do artista e do seu modo de vida. Numa fase mais avançada do jogo, este Sim poderá seguir uma carreira de músico, tornando-se num ídolo no mundo do Rock, ou, por outro lado, caso não tenha gostado, ao se tornar presidente da câmara municipal, acabar com todos os músicos de rua. Estas duas decisões, apesar de simples, afectam em muito o jogo. No primeiro caso muitos serão os jovens a adorar a estrela de rock e a seguir os comportamentos incutidos por ele, enquanto no segundo caso isso poderia originar manifestações por parte dos habitantes que apoiam os artísticas de rua. Este é apenas um pequeno exemplo do que poderá acontecer durante o decorrer do título graças ao novo motor de jogo e à inteligência artificial renovada.
Algo que sempre caracterizou esta série foi a componente de personalização, e este foi um ponto que mereceu grande destaque por parte da produtora. O objectivo primordial para este novo jogo é que qualquer um possa criar objectos ao seu gosto, e isto não se estende apenas à criação de Sims, mas também à de mobílias, por exemplo. Quem já experimentou os jogos anteriores sabe certamente que a criação de personagens baseia-se numa interface bastante simples à base de botões que aumentam ou diminuem as várias opções. No entanto, existem algumas diferenças, sendo um exemplo disso a escolha mais pormenorizada de vários aspectos, como a cor dos cabelos dos nossos sims ou o tamanho e a forma das várias partes do corpo.
A componente decoração também foi completamente revista, e são muitas as novas funções. Podemos, por exemplo, fazer o nosso próprio padrão e aplicar o mesmo em qualquer objecto. Desde as paredes das casas, passando pela mobília, e até mesmo os veículos. Imaginem ter uma marca com o vosso nome e poder aplicá-la em qualquer objecto. Simplesmente brilhante! E tudo isto arrastando uma imagem e largando-a sobre um objecto. Fácil e bastante competente.
É impossível falar de “Os Sims” sem mencionar a ferramenta de criação de edifícios, também ela melhorada, permitindo uma maior diversidade de arquitecturas. Desde prédios a moradias, o jogador é livre para realizar qualquer tipo de obra com alguns cliques no rato nos mais diversos estilos arquitectónicos.
Quem não se lembra do sistema de colocação de objectos decorativos e mobílias em “Os Sims 2”? Era uma verdadeira dor de cabeça, e isso acabava sempre por influenciar, negativamente, o aspecto da divisão em questão. Felizmente, a Maxis ouviu as preces de milhares de jogadores e alterou este mesmo sistema. Agora todos os objectos são passíveis de serem rodados de forma precisa e colocados no local que o jogador achar mais apropriado.
Tal como anteriormente, o jogador pode ainda criar e alterar cidades, dando também a estas um toque pessoal. À semelhança de tudo o resto, o nível de personalização é quase ilimitado, sendo possível recriar qualquer tipo de clima e ambiente, desde florestas montanhosas até desertos hostis.
O jogo, como seria de esperar, sofreu um grande “boost” a nível gráfico, apresentando uma grande variedade de modelos e texturas. No entanto, a Electronic Arts assegura que o jogo vai correr em todos os computadores recentes (tanto pc como Mac), permitindo aos fãs que transitem da versão anterior para esta de forma mais fácil.
Para culminar, e estando atenta ao que os fãs já faziam com algum esforço, foi integrada uma ferramenta de edição de vídeo bastante simples de usar, semelhante ao “Windows Moviemaker”. Basta arrastar os “clips” gravados e editar os mesmos, adicionando efeitos, textos, entre outros. Ao fim da obra estar concluída, é possível enviar o pequeno filme para os servidores do site do jogo, onde poderá ser visionado por milhares de jogadores em todo o mundo.
“Os Sims 3” promete revolucionar o género de simulação de vidas pela terceira vez, contando com resmas de novidades que certamente vão agradar aos fãs e apelar a novos jogadores. Infelizmente, vamos ter de esperar até dia 2 de Junho para lhe meter as mãos em cima.